Escuridão . Deitou . Apenas um travesseiro . Encostou a cabeça logo após , apoiando-a entre ambas as mãos .
Tentava buscar um espelho . Mas como , se não “enxergava” ? Fechava e abria os olhos , mas não via nada concreto , somente figuras pontilhadas deformadas , formando , talvez , a própria interiorização .
Não conteve-se . Caminhou até uma luz mais próxima . Olhou . Olhou . Olhou . Realmente olhava ? Ou fingia observar alguém que não queria ? Porque aqueles olhos escondiam mais do que tentara imaginar . Fitava-se repetidamente . Era o nada contrastando com o tudo . Mas quê tudo ? Quê nada ? Poderia ser a ilusão de criar expectativas para uma solução problemática que não possuía um resultado final . Em vista de que a finalidade é para ser alcançada . É ? Desde quando tornou-se , agora , um paradigma entre escolha e obrigação ?
Visualizava o branco , em meio à transparência do próprio corpo ali refletido . Talvez por se expor demais ao breu . Não sabia .
Sorriu . Sem jeito , mas o fez .
Desapropriou-se da luz , votando para o canto preto , que , querendo ou não , era acolhedor .