18 de ago. de 2010

A sangue frio

  “Eu não sou , eu não sou , eu não sou!Eu ...! Não...!” , refletia enquanto não conseguia esconder o medo , mesmo olhando fixamente para .

  “Se soubesses. Ah! Pára de pensar . Mas como ? Não há um mecanismo ? Aliás , não deveria eu não pensar ? Não lembro , muito menos faço questão . ”

  Num ato impulsivo levantou a mão esquerda até a altura do queixo ; num movimento excessivamente rápido , levou a palma da mão aberta para o rosto na sua frente .

  A marca vermelha estampada . Combinava com o rosto . Trouxe vida , digamos .

  Uma lágrima caiu .

  O sal , ao atingir a boca a fez tremer .

  “Pára , pára , pára!”

  Continuava , apesar da dor , a olhar . Estava encarando , talvez encarando os próprios demônios .

  Quem sabe ?

  “Está frio . Melhor arranjar uma blusa , não ? Hein ?”

  Olhou em volta : vazio .

  “Responde!” , gritava .

  ...

  Sentiu novamente aquele corpo em chamas .

  “Perversa!” , pensou .

  “Não se deixe dominar . Não é de seu fetiche , é ? Mesmo ? Ah  , então , como íamos dizendo ...”

  E permaneceu assim . 

Nenhum comentário: